quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Caramuru - Santa Rita Durão

 

O Caramuru é um poema épico, do Frei Santa Rita Durão, escrito em 1781.

Conta a história de Diogo Álvares Correia, apelidado pelos Tupinambás de Caramuru, e de Paraguaçu, índia que se tornou sua esposa. 

 

De um varão em mil casos agitado, 

Que as praias discorrendo do Ocidente, 

Descobriu o Recôncavo afamado

 Da capital brasílica potente:

 Do Filho do Trovão denominado, 

Que o peito domar soube à fera gente; 

O valor cantarei na adversa sorte, 

Pois só conheço herói quem nela é forte.

(I, Canto I)

 

 Para ler a obra de Durão na íntegra, acesse Domínio Público

 

📚 Sobre esta obra, Antonio Candido, no seu Na sala de aula: caderno de análise literária, publicado em 1984, nos diz:

"Mesmo sem querer recuar conceitos anacronicamente, parece que o Caramuru pode ser considerado uma epopeia do tipo que se chamaria hoje colonialista, porque glorifica métodos e ideologias que censuramos até no passado. Mas que ainda são aceitos recomendados e praticados pelos amigos da ordem a todo preço, entre os quais se alinharia o nosso velho Durão, que era filho de um repressor de quilombos e hoje talvez se situasse entre os reacionários, com todo o seu talento, cultura e paixão. Como sabemos, o Caramuru é uma resposta ao Uraguai, cujo pombalismo ilustrado estava mais perto daquilo que no tempo era progresso. Mesmo sendo progresso de déspota esclarecido, useiro da brutalidade e do arbítrio. A possível atualidade do Caramuru estaria um pouco na presença constante da violência e da opressão, disfarçadas por uma ideologia bem arquitetada, que tranquiliza a consciência. Durão é em grau surpreendente um poeta da guerra e da imposição cultural, e não ficaria deslocado em nosso tempo excepcionalmente bruto e agressivo.

 

💭 Como uma obra que traz essa postura reacionária seria lida atualmente? Será que agradaria aos reacionários da atualidade?

terça-feira, 17 de novembro de 2020

20 de Novembro - DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA



    O ENLACE e o NECLE, projetos de extensão do Departamento de Letras Estrangeiras - DLE, promovem neste dia 20 de Novembro de 2020, o segundo evento do DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA do Campus Avançado de Pau dos Ferros.
    Neste ano o evento será realizado de modo remoto, via Meet.
    As inscrições estão sendo realizadas através do link
    As atividades acontecerão nos turnos Vespertino e Noturno.

    As mesas de discussão tratarão sobre identidade, empoderamento e reconhecimento do povo negro a partir do olhar permitido pelas diferentes artes.

    Professoras e Alunas dos cursos de Letras, pesquisadoras na área, tratarão de diferentes temas.
   Os links de acesso às salas virtuais e a programação das atividades serão enviados aos inscritos via e-mail cadastrado na inscrição.
    O evento tem a carga horária total de 6 h/a.

    Mais informações em @enlace.uern

Venha participar conosco!

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Roland Barthes

 

Roland Barthes nasceu em Cherbourg, em 12 de Novembro de 1915 e faleceu em 26 de Março de 1980.

Foto: Internet.

    Em sua obra Roland Barthes por Roland Barthes, podemos conhecer mais sobre seus diferentes olhares a partir de seus biografemas, termo criado pelo próprio autor.

    No estudo A câmara clara, compreendemos como ter um olhar diferente para a fotografia, a partir da qual Barthes faz profundas reflexões.

    Em Fragmentos de um discurso amoroso, Barthes nos faz refletir sobre diferentes figuras relacionadas ao amor.

    Já em Mitologias, nos deparamos com uma profunda discussão do conceito de signo, a partir de ensaios sobre os assuntos mais improváveis, recolhidos de revistas, jornais, cinema e outros veículos de comunicação, como é o caso do ensaio que discute o bife com batata frita, ou a ascensão da margarina no lugar da tradicional manteiga. Conheça essa obra em Lelivros

    Em O neutro, podemos pensar e discutir sobre diferentes figuras, como a fadiga, a delicadeza, o silêncio, a resposta, o sono...

    Formado em Letras Clássicas e em Filosofia, Barthes fez parte da escola estruturalista, mais tarde sendo conhecido com pós-estruturalista. Como escritor, semiólogo e crítico literário francês, Roland Barthes deixou uma vasta obra que contempla diferentes áreas de conhecimento, tratando dos mais variados assuntos a partir dos mais diversos olhares.

    Em 2016, Laurent Binet, jovem e contemporâneo escritor francês,  volta a transitar pela fronteira entre ficção e realidade (depois de vencer o Prêmio Goncourt com seu primeiro romance, HHhH) com uma engenhosa e bem-humorada mescla do que a crítica especializada chama de "thriller histórico e farsa filosófica": Quem matou Roland Barthes?. O título da obra em francês é La septième Fonction du langage. A ideia central do romance é simples: "e se o atropelamento que matou o crítico e semiólogo francês Roland Barthes não tivesse sido um acidente, mas sim um crime? E se o autor de Fragmentos de um discurso amoroso tivesse sido vítima de uma conspiração por estar de posse de um manuscrito contendo a sétima função da linguagem, última parte da teoria do linguista Roman Jakobson nunca revelada, capaz de convencer qualquer um de qualquer coisa?" Entre os intelectuais e políticos da Paris da época da morte de Barthes, em que transitam personagens como Foucault, Derrida, Deleuze, Althusser e Guattari, qualquer um pode ser o culpado...

    De quem você desconfia?

    Você pode conhecer esse romance de Binet em Lelivros

 

    Neste dia que marca 105 anos do seu nascimento, nossos parabéns a Roland Barthes!!!



domingo, 23 de agosto de 2020

Oferta de curso de curta duração sobre literatura angolana

Curso de curta duração: Elementos sociais e culturais na obra "Os da minha rua", de Ondjak

 

 

 

Carga horária: 30h 06 encontros virtuais - cada encontro corresponde a 5 h/a (2 h/a de vídeo- aula e 3 h/a correspondente à prática de leitura e pesquisa). 

Início: 27/08/2020 

Término: 01/10/2020 

Público-alvo: Interessados em Literatura Angolana. 

Vagas limitadas a 16 participantes. 

Gratuito.

🔗Inscrições clique Aqui..

quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Oferta de Minicurso

MINICURSO: O Arquivo e a Literatura: relações agonísticas entre o arquivo e a literatura na obra de Adriana Falcão à luz de Jacques Derrida


Carga horária total: 30h, sendo 06 encontros virtuais semanais - cada encontro corresponde a 5 h/a (2 h/a de vídeo-aula e 3 h/a correspondente à prática de leitura e pesquisa).

Início: 18/08/2020.

Término: 22/09/2020.

Horário: 13h30 - 15h30 - Terças-feiras.

Público-alvo: Alunos e profissionais da área de Letras.

Gratuito.


Adriana Falcão - Imagem: Internet.


Jacques Derrida - Imagem: G1

🔗Para inscrição, clique aqui.


terça-feira, 4 de agosto de 2020

Ponciá Vicêncio

"Quando Ponciá Vicêncio viu o arco-íris no céu, sentiu um calafrio. Recordou o medo que tivera durante toda a infância. Diziam que menina que passasse por debaixo do arco-íris virava menino. Ela ia buscar o barro na beira do rio e lá estava a cobra celeste bebendo água. Como passar para o outro lado? Às vezes ficava horas e horas na beira do rio esperando a colorida cobra do ar desaparecer. Qual nada! O arco-íris era teimoso! Dava uma aflição danada. Sabia que a mãe estava esperando por ela. Juntava, então, as saias entre as pernas tapando o sexo e, num pulo, com o coração aos saltos, passava por debaixo do angorô. Depois se apalpava toda. Lá estavam os seinhos, que começavam a crescer. Lá estava o púbis, bem plano, sem nenhuma saliência, a não ser os pelos. Ponciá sentia um alívio imenso. Continuava menina. Passara rápido, de um pulo só. Conseguira enganar o arco e não virara menino" (Ponciá Vicêncio, Conceição Evaristo, 2003).

Capa da 1ª edição. Editora Mazza.

    Ponciá Vicêncio é uma das mais belas e difíceis histórias de nossa Literatura Brasileira Contemporânea. Ao ler a história nos deparamos com uma personagem forte, emotiva e de grande coração.

"Quando Ponciá Vicêncio resolveu sair do povoado onde nascera, a decisão chegou forte e repentina. Estava cansada de tudo ali. De trabalhar o barro com a mãe, de ir e vir às terras dos brancos e voltar de mãos vazias. De ver a terra dos negros coberta de plantações, cuidadas pelas mulheres e crianças, pois os homens gastavam a vida trabalhando nas terras dos senhores, e depois a maior parte das colheitas ser entregue aos coronéis. Cansada da luta insana, sem glória, a que todos se entregavam para amanhecer cada dia mais pobres, enquanto alguns conseguiam enriquecer-se a todo o dia. Ela acreditava que poderia traçar outros caminhos, inventar uma vida nova. E avançando sobre o futuro, Ponciá partiu no trem do outro dia, pois tão cedo a máquina não voltaria ao povoado. Nem tempo de se despedir do irmão teve. E agora, ali deitada de olhos arregalados, penetrados no nada, perguntava-se se valera a pena ter deixado a sua terra. O que acontecera com os sonhos tão certos de uma vida melhor? Não eram somente sonhos, eram certezas! Certezas que haviam sido esvaziadas no momento em que perdera o contato com os seus. E agora feito morta-viva, vivia" (Ponciá Vicêncio, Conceição Evaristo, 2003).

    Ela sai de casa, no campo, ainda muito jovem, em busca de uma vida melhor na cidade grande, para onde, um dia planeja levar sua mãe, Maria Vicêncio, e seu irmão, Luandi José Vicêncio, já que seu pai e seu avô haviam passado para o outro lado da vida.
    Lemos também a luta da população negra que, sendo descendentes de escravizados, conseguem ter forças para buscar alcançar seus sonhos.
    Repleta de lirismos e recordações, Ponciá Vicêncio é uma daquelas histórias que lemos com o coração apertado em vários momentos, com o nó na garganta em outros e com um riso de alegria ao conhecer personagens tão determinadas, de tão grande amor aos laços familiares e à terra onde nasceram, ao barro de que sua história é moldada.

Imagem: http://www.pretaenerd.com.br/2018/05/olhos-dagua-multiplicidades-da.html

    Sobre Ponciá Vicêncio, Maria José Somerlate Barbosa nos diz no posfácio da obra de Conceição Evaristo:

"Havia muito não lia um texto que captasse tão sinceramente os elos de ternura e afeição entre os personagens e que simultaneamente trabalhasse a linguagem de forma bastante poética, expressando tanto a ânsia de definir sua identidade num ambiente marcado pelas diferenças econômicas, sociais e raciais. Considero que, apenas nos contos de Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Vidas secas de Graciliano Ramos, encontrei algo semelhante. É um romance que li de um só fôlego porque, além de me prender a atenção, me tomou pelos sentidos para percorrer com Ponciá os labirintos e as vias tortuosas da memória".

🔗
Para saber mais sobre Conceição Evaristo, visite Literafro.

terça-feira, 14 de julho de 2020

Polycarpo Feitosa e Gizinha

    Polycarpo Feitora é o nome assinado pelo romancista potiguar Antônio José de Melo e Souza em suas produções literárias. Autor de vários romances iniciados já em idade madura, é vasta a produção de leitura crítica de sua obra, apesar de pouco conhecido pelos próprios potiguares.


    Sua obra mais conhecida é Gizinha, romance ambientado nos anos 1920, cuja personagem protagonista, que dá nome ao livro é uma verdadeira allumeuse.

“Adalgiza era um curioso tipo dessa categoria de meninas a que a gíria das calçadas e das casas de chá do Rio chama “melindrosa”. Linda, sem ser um modelo de beleza, de estatura regular num meio em que a maioria fica abaixo da média, corpo rijo e bem conformado, tinha mais de uma perfeição física – os olhos castanhos, sombreados por extensas pestanas que lhes não velavam o brilho, um narizinho de menina travessa, levemente arrebitado, cuja petulância atraía e fazia medo ao mesmo tempo.

Arranjara um fumaça de instrução, que lhe levaram à casa os melhores professores da terra, tocava piano como toda menina que tem piano, e odiava cozinha pelo cuidado que lhe mereciam as mãos, de pele muito fina e unhas em ponta, que ela tratava, esfregava, polia durante uma boa meia hora diária, antes do almoço.

Mas sua principal distinção, a que a maior número de admiradores lhe conquistara era a dança. Nos bailes de casas amigas, nos do Natal Clube ou nos famosos maxixes políticos do “Carlos Gomes”, ela figurava entre as mais espevitadas dançarinas de tango e de todas as palhaçadas de nomes anglo-saxônios, cujos requebros e tremeliques, mais ou menos obnóxios, conhecia como profissional.

Desnudada por uns vestidinhos de dois metros de finíssima fazenda batizada em francês, que exasperavam o pobre Azevedo, não pelo preço de arrancar couro, mas por não exercerem com eficácia, ao menos mediana, a principal função do indumento, ela era para certos pares, provavelmente sem intenção, uma perigosa allumeuse. E a inconsciência com que assentia em transformar a dança numa lida de borboletas sobre corolas de flores, só podia ser ingenuidade, porque não seria justo, na sua idade e estado, procurar outra explicação.

Por esta particularidade, que a sua beleza tanto realçava, era muito solicitada, sobretudo por dançadores desprovidos de escrúpulos ou carecidos de estímulos" (FEITOSA, 2003, p. 24-25).


Um romance surpreendente!

Aqueles leitores que gostam de personagens femininas transgressoras certamente irão gostar!


domingo, 21 de junho de 2020

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839.

Imagem: Campanha #MachadodeAssisReal/Faculdade Zumbi dos Palmares

Foi um grande escritor brasileiro, considerado por muitos críticos, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores, senão o maior nome da literatura do Brasil.
Para o crítico literário estadunidense Harold Bloom, Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos.
Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.


Seu romance Memórias póstumas de Brás Cubas é um de seus mais famosos livros. Neste ano de 2020, chegou uma edição em língua inglesa nos Estados Unidos no dia 2 de Junho, em meio às manifestações Vidas Negras Importam. Essa versão esgotou nos sites da Amazon e da livraria Barnes & Noble em apenas um dia.



💬
Você já leu Memórias póstumas de Brás Cubas?
O que mais chamou sua atenção?

Se ainda não leu, o que acha que faz esse romance atrair tantos leitores?

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Paulina Chiziane

Paulina Chiziane, nascida em 4 de Junho 1955, é uma escritora moçambicana.

Foto: Wikipédia.

Paulina Chiziane cresceu nos subúrbios da cidade de Maputo, capital de Moçambique. Nascida numa família protestante que falava as línguas Chope e Ronga, aprendeu a língua portuguesa na escola de uma missão católica.
Participou ativamente da cena política de Moçambique como membro da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), na qual militou durante a juventude, afastando-se mais tarde por não concordar com o modo como o grupo entendia a liberdade econômica mulher. As suas escritas geram discussões polêmicas sobre assuntos sociais, tal como a prática de poligamia no país.

 É a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique. 


Com o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento (1990), a autora discute a poligamia no sul de Moçambique durante o período colonial. 


 
Imagem: Internet.


Devido à sua participação ativa nas políticas da Frelimo, a sua narrativa reflete o mal-estar social de um país devastado pela guerra de libertação e os conflitos civis que aconteceram após a independência.
Suas obras:

Balada do amor ao vento - 1990
Eu, mulher… por uma nova visão do mundo - 1992
Ventos do Apocalipse - 1993
 O sétimo juramento - 2000
Niketche: uma história de poligamia - 2002
 As andorinhas - 2009
  
O alegre canto da perdiz - 2008
  
Na mão de Deus, 2013 
  
Por quem vibram os tambores do além - 2013
  
Ngoma Yethu: O curandeiro e o Novo Testamento - 2015
  
O Canto dos Escravizados - 2017

terça-feira, 26 de maio de 2020

Dia Nacional do Café - Brasil

O Dia Nacional do Café é comemorado no Brasil no dia 24 de Maio.
É o café um dos maiores símbolos do nosso país.
Todos gostam de um café ou um cafezinho. ☕

Em homenagem a essa bebida tão apreciada, sugiro aqui a leitura de uma obra póstuma de autoria do imortal Mário de Andrade:

Imagem: Editora Nova fronteira. 2015.

Do livro

"Chico Antônio apenas se percebera um pouco enfarado quando a noite caída não permitiu mais enxergar as paisagens passando pelo trem. Ficara nesse estado suave de paciência que no geral veste os incultos quando caceteados. Não procurara reagir, examinando os outros viajantes ou metido nalgum pensamento. Se mantinha, um bocado maior pela relaxação do físico, nessa intimidade com o vazio, em que o ser se vegetaliza, bom, quase desapercebido.
Mas agora as luzes pipocavam lá fora, aos fios, aos grupos, e uma cidade enorme, toda iluminada, aparecia. os viajantes preparavam para descer.
- Faz favor, dona, é São Paulo?
- É."
(ANDRADE, Mário de. Café. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015)

 

Sobre o livro

Café é o romance inédito tão esperado de Mário de Andrade. Segundo o próprio escritor, o livro seria “um romance de páginas cheias de psicologia e intensa vida”. No universo ficcional, migrante como tantos da mesma região, Chico Antônio passa pela capital, antes de seguir para uma fazenda de café, cultivo que muita riqueza garantira aos paulistas. Aqui, tem-se uma trama muito bem-articulada, personagens vigorosas, capazes de tra­duzir situações humanas intensas e de ultrapassar, assim, um tempo demarcado historicamente no Brasil.
Texto disponível em:  https://www.ediouro.com.br/?q=pesquisa&search_api_views_fulltext=caf%C3%A9

Você sabe quem foi Chico Antônio?
Se quiser saber mais sobre ele, clique Aqui.


Você já conhecia esse romance?



sexta-feira, 22 de maio de 2020

Um estudo em vermelho - Sir Arthur Conan Doyle


Primeira capa. 1887.

Um Estudo em Vermelho é um romance policial escrito por Sir Arthur Conan Doyle, publicado originalmente em novembro de 1887. A primeira edição, em formato de livro, só seria lançada em julho de 1888, com ilustrações da autoria de Richard Gutschmidt. 

A obra é famosa por ser o primeiro livro de Sherlock Holmes, detetive mundialmente conhecido na literatura policial. É também, nessa obra, que acontece seu encontro com Dr. Watson, narrador e participante das aventuras do detetive através de um amigo comum. 

Imagem: Revista Galileu.

Um Estudo em Vermelho propõe um enigma terrível à polícia londrina, que pede auxílio a Holmes: um homem é encontrado morto, sem ferimentos e cercado de manchas de sangue. Em seu rosto, uma expressão de pavor. 
 📚 Se quiser começar a leitura dessa obra de Conan Doyle, clique Aqui.

Sobre o autor
Imagem: internet.




Arthur Ignatius Conan Doyle (Edimburgo, 22 de maio de 1859 — Crowborough, 7 de julho de 1930) foi um escritor e médico britânico, nascido na Escócia, mundialmente famoso por suas 60 histórias sobre o detetive Sherlock Holmes, consideradas uma grande inovação no campo da literatura criminal. Foi um renomado e prolífico escritor cujos trabalhos incluem histórias de ficção científica, novelas históricas, peças e romances, poesias e obras de não ficção.


terça-feira, 19 de maio de 2020

Dias de confinamento

Desde meados de Março deste ano estamos em confinamento, em distanciamento social, mesmo morando em condomínios, cidades, metrópoles...

Neste período de pausa, muitos tentam continuar suas atividades normalmente, o que sabemos não ser possível. não estamos em dias normais, perece estamos em dias suspensos...

Foi pela suspensão dessas atividades com horas marcadas, com calendários definidos antecipadamente, e que agora também estão em suspenso, que tive a oportunidade de ler O amanhã não está à venda, de Ailton Krenak.

Imagem: Companhia das Letras.


Foto: Notaterapia.


Ailton Krenak é um ambientalista e líder indígena dos Krenak, que vivem às margens do rio Doce, em Minas Gerais. Foi uma das lideranças indígenas responsáveis pela conquista do “Capítulo dos índios” na Constituição de 1988, que promulgou os direitos indígenas à terra, mas seu percurso data desde 1970 como ativista, jornalista e educador. 
Texto de Bianca Peter, disponível em: http://notaterapia.com.br/2020/04/22/as-9-melhores-frases-de-o-amanha-nao-esta-a-venda-de-ailton-krenak/

Se quiser conhecer a obra de Krenak, clique aqui.

Depois da leitura, deixe seu comentário sobre a obra...

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A Literatura de Savador - Bahia

Nestes dias 17 e 18 de Maio temos dois grandes nomes da Literatura Brasileira para homenagear.

Zélia Gattai

Foto: Academia Brasileira de Letras

Zélia Gattai Amado de Faria foi uma escritora, fotógrafa e memorialista (como ela mesma preferia denominar-se) brasileira, tendo também sido expoente da militância política nacional durante quase toda a sua longa vida, da qual partilhou cinquenta e seis anos casada com o também escritor Jorge Amado, em Salvador, até sua morte.

Aos 63 anos de idade, começou a escrever suas memórias. O livro de estreia, Anarquistas, graças a Deus, ao completar vinte anos da primeira edição, já contava mais de duzentos mil exemplares vendidos no Brasil.

Imagem: Internet.

Publicado em 1979, Anarquistas, graças a Deus é o livro de estreia de Zélia Gattai e seu primeiro grande sucesso.
Filha de anarquistas chegados de Florença, por parte do pai Ernesto, e de católicos originários do Vêneto, da parte da mãe Angelina, a escritora trazia no sangue o calor de seus livros. Trinta e quatro anos depois de se casar com Jorge Amado, a sempre apaixonada Zélia abandona a posição de coadjuvante no mundo literário e experimenta a própria voz para contar a saga de sua família.

É assim que ficamos conhecendo a intrépida aventura dos imigrantes italianos em busca da terra de sonhos, e o percurso interior da pequena Zélia na capital paulista - uma menina para quem a vida, mesmo nos momentos mais adversos ou indecifráveis, nunca perdeu o encanto. A determinação de seu Ernesto e a paixão pelos automóveis, a convivência diária com os irmãos e dona Angelina, os sábios conselhos da babá Maria Negra, as idas ao cinema, ao circo e à escola, as viagens em grupo, o avanço da cidade e da política - nestas crônicas familiares, vida e imaginação se embaralham, tendo como pano de fundo um Brasil que se moderniza sem, contudo, perder a magia.

Exímia contadora de histórias, Zélia as transforma em instrumento privilegiado para o resgate da memória afetiva. Foi Jorge Amado quem, um dia, lendo um conto de qualidade duvidosa que Zélia rascunhava, pescou essa veia de documental. Apontou-lhe o caminho e mostrou que ela se alimentava de sua rica ascendência familiar. Surge assim a Zélia memorialista, para quem a literatura provém não tanto da invenção, mas do trato apurado da memória e do desfiar cuidadoso, mas sem melindres, da intimidade.

Em suas mãos, a literatura se torna, mais que confissão, auscultação do mundo. É tendência para o registro e o testemunho, que cimentam não só um estilo quase clínico de observar a existência, mas uma maneira de existir. Pois é da persistência do espanto que Zélia, em resumo, trata. Se Jorge Amado foi uma espécie de biógrafo involuntário do Brasil, Zélia Gattai se afirma como a grande narradora de nossa história sentimental.

Texto disponível em:  https://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12741


Imagem: Lp Som Livre. Rede globo.

Anarquistas, Graças a Deus é também uma minissérie brasileira homônima, produzida e exibida pela Rede Globo entre 7 de maio e 17 de maio de 1984. 
Através das lembranças da menina Zélia, desenrola-se o cotidiano da família Gattai, imigrantes italianos que vieram para o Brasil perseguindo o sonho da Colônia Santa Cecília, reduto anarquista, e que viveram em São Paulo nos anos 10 e 20, acompanhando o crescimento da cidade. A relação amorosa com os pais Ernesto e Angelina, e o convívio com a empregada Maria Negra, o Nonno, e os quatro irmãos mais velhos: Remo, Vanda, Vera e Tito.


Dias Gomes

Foto: Arquivo Nacional.

Alfredo de Freitas Dias Gomes, mais conhecido pelo sobrenome Dias Gomes foi um romancista, dramaturgo, autor de telenovelas e membro da Academia Brasileira de Letras.


 
Imagem: Internet.




O Pagador de Promessas é uma peça de teatro escrita por Dias Gomes, encenada pela primeira vez em São Paulo pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) no ano de 1960. A peça é dividida em três atos, sendo que os dois primeiros ainda são subdivididos em dois quadros cada um. 
A história se passa na cidade de Salvador, já em processo de modernização. O personagem principal, o sertanejo Zé-do-Burro, deseja levar uma grande cruz até o interior da Igreja de Santa Bárbara para pagar uma promessa e, ao longo do trajeto, sofre com as mentiras, com a corrupção e com a ganância da sociedade. É importante destacar o teor crítico e político trazido pela obra, além da discussão do respeito às diferentes religiões praticadas no Brasil.


A peça inspirou um filme homônimo, de 1962, que venceu o prêmio Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Imagem: Divulgação.

Também foi inspirada na peça de Dias Gomes a minissérie homônima da Rede Globo no ano de 1988.  Concebida em 12 capítulos, a história teve que ser reeditada por imposição da Censura, e acabou sendo exibida em apenas oito capítulos. As referências políticas, as menções das lutas dos sem-terra e posseiros e a reforma agrária foram suprimidas, tirando o gênese da personagem.

 Imagem: Rede Globo.

Saudamos estes dois grandes autores brasileiros, cuja vida se deu especialmente em Salvador, cidade que nos presenteia com grandes literatos e grande literatura.

E você?
Leu Zélia Gattai?
Leu Dias Gomes? 



sexta-feira, 15 de maio de 2020

O Mágico de Oz - Frank Baum - 15 de Maio

Lyman Frank Baum, mais conhecido como L. Frank Baum (Chittenango, 15 de maio de 1856 — Hollywood, 6 de maio de 1919), foi um escritor, editor, ator, roteirista, produtor de cinema e teosofista norte-americano. Foi criador de um dos mais populares livros escritos na literatura americana infantil, O Mágico de Oz.


Primeira capa da obra de Baum.
O Maravilhoso Mágico de Oz é um romance infantil, de alta fantasia, escrito por L. Frank Baum e ilustrado por W. W. Denslow, originalmente publicado pela George M. Hill Company, em Chicago em 17 de maio de 1900. É o primeiro de uma série de catorze livros que relata as aventuras na fantástica Terra de Oz. O primeiro livro segue Dorothy Ventania (Dorothy Gale, no original), do Kansas, que é levada por um tornado ao país das fadas. É considerado o primeiro contos de fadas genuinamente americano.
Para conhecer todas as obras que compõem a fantástica Terra de Oz, acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_livros_da_s%C3%A9rie_Terra_de_Oz
Por ser uma obra de alto valor literário, O Mágico de Oz é adaptado frequentemente para outras artes:
Cinema
 Imagem: AdoroCinema.

 Imagem: AdoroCinema.

Quadrinhos

 Imagem: Divulgação.

Você já leu O Mágico de Oz?

quarta-feira, 13 de maio de 2020

13 de Maio

O dia 13 de Maio, no Brasil, simboliza a abolição da escravatura.
Por isso, homenageamos aqui, hoje, aqueles que foram lideranças fundamentais da luta abolicionista.

José do Patrocínio

Foto: Academia Brasileira de Letras.

José Carlos do Patrocínio (1853 — 1905, fluminense) foi um farmacêutico, jornalista, escritor, orador e ativista político brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes dos movimentos Abolicionista e Republicano no país. Foi também idealizador da Guarda Negra, que era formada por negros e ex-escravos, sendo vanguarda do movimento negro no Brasil.

Suas obras:
  • 1875: Os Ferrões, quinzenário satírico, 10 números, em colaboração com Dermeval Fonseca;
  • 1877: Mota Coqueiro ou A pena de morte, romance;
  • 1879: Os retirantes, romance;
  • 1883: Manifesto da Confederação Abolicionista;
  • 1884: Pedro Espanhol, romance;
  • 1885, 17 de maio: Conferência pública, no Teatro Politeama, em sessão da Confederação Abolicionista;
  • "Associação Central Emancipadora", 8 boletins.

Luís Gama
Imagem: internet.

Luís Gonzaga Pinto da Gama (1830 – 1882, soteropolitano) foi um advogado, orador, jornalista, escritor brasileiro e o Patrono da Abolição da Escravidão do Brasil.
Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10 anos, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo já aos 29 anos autor consagrado e considerado "o maior abolicionista do Brasil".
 Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata e o único a ter passado pela experiência do cativeiro. Pautou sua vida na defesa da liberdade e da república: ativo opositor da monarquia, veio a morrer seis anos antes de ver seus sonhos concretizados.

Suas obras:

1859: Primeiras trovas burlescas de Getulino 
1861: Novas trovas burlescas

Um pouco de poesia:

Quem sou eu?
Quem sou eu? que importa quem?
Sou um trovador proscrito,
Que trago na fronte escrito
Esta palavra — Ninguém! —
(A. E. Zalvar — Dores e Flores)

Amo o pobre, deixo o rico,
Vivo como o Tico-tico;
Não me envolvo em torvelinho,
Vivo só no meu cantinho:
Da grandeza sempre longe,
Como vive o pobre monge.
Tenho mui poucos amigos,
Porém bons, que são antigos,
Fujo sempre à hipocrisia,
À sandice, à fidalguia;
Das manadas de Barões?
Anjo Bento, antes trovões.
Faço versos, não sou vate,
Digo muito disparate,
Mas só rendo obediência
À virtude, à inteligência:
Eis aqui o Getulino
Que no pletro anda mofino.
Sei que é louco e que é pateta
Quem se mete a ser poeta;
Que no século das luzes,
Os birbantes mais lapuzes,
Compram negros e comendas,
Têm brasões, não — das Kalendas,
E, com tretas e com furtos
Vão subindo a passos curtos;
Fazem grossa pepineira,
Só pela arte do Vieira,
E com jeito e proteções,
Galgam altas posições!
Mas eu sempre vigiando
Nessa súcia vou malhando
De tratantes, bem ou mal
Com semblante festival.
Dou de rijo no pedante
De pílulas fabricante,
Que blasona arte divina,
Com sulfatos de quinina,
Trabusanas, xaropadas,
E mil outras patacoadas,
Que, sem pinga de rubor,
Diz a todos, que é DOUTOR!
Não tolero o magistrado,
Que do brio descuidado,
Vende a lei, trai a justiça
— Faz a todos injustiça —
Com rigor deprime o pobre
Presta abrigo ao rico, ao nobre,
E só acha horrendo crime
No mendigo, que deprime.
- Neste dou com dupla força,
Té que a manha perca ou torça.
Fujo às léguas do lojista,
Do beato e do sacrista —
Crocodilos disfarçados,
Que se fazem muito honrados,
Mas que, tendo ocasião,
São mais feroz que o Leão.
Fujo ao cego lisonjeiro,
Que, qual ramo de salgueiro,
Maleável, sem firmeza,
Vive à lei da natureza;
Que, conforme sopra o vento,
Dá mil voltas num momento.
O que sou, e como penso,
Aqui vai com todo o senso,
Posto que já veja irados
Muitos lorpas enfunados,
Vomitando maldições,
Contra as minhas reflexões.
Eu bem sei que sou qual Grilo,
De maçante e mau estilo;
E que os homens poderosos
Desta arenga receiosos
Hão de chamar-me Tarelo,

Bode, negro, Mongibelo;
Porém eu que não me abalo,
Vou tangendo o meu badalo
Com repique impertinente,
Pondo a trote muita gente.
Se negro sou, ou sou bode
Pouco importa. O que isto pode?
Bodes há de toda a casta,
Pois que a espécie é muito vasta.
Há cinzentos, há rajados,
Baios, pampas e malhados,
Bodes negros, bodes brancos,
E, sejamos todos francos,
Uns plebeus, e outros nobres,
Bodes ricos, bodes pobres,
Bodes sábios, importantes,
E também alguns tratantes...
Aqui, nesta boa terra
Marram todos, tudo berra;
Nobres Condes e Duquesas,
Ricas Damas e Marquesas,
Deputados, senadores,
Gentis-homens, veadores;
Belas Damas emproadas,
De nobreza empantufadas;
Repimpados principotes,
Orgulhosos fidalgotes,
Frades, Bispos, Cardeais,
Fanfarrões imperiais,
Gentes pobres, nobres gentes
Em todos há meus parentes.
Entre a brava militança
Fulge e brilha alta bodança;
Guardas, Cabos, Furriéis,
Brigadeiros, Coronéis,
Destemidos Marechais,
Rutilantes Generais,
Capitães de mar-e-guerra,
— Tudo marra, tudo berra —
Na suprema eternidade,
Onde habita a Divindade,
Bodes há santificados,
Que por nós são adorados.
Entre o coro dos Anjinhos
Também há muitos bodinhos. —
O amante de Syiringa
Tinha pêlo e má catinga;
O deus Mendes, pelas contas,
Na cabeça tinha pontas;
Jove quando foi menino,
Chupitou leite caprino;
E, segundo o antigo mito,
Também Fauno foi cabrito.
Nos domínios de Plutão,
Guarda um bode o Alcorão;
Nos lundus e nas modinhas
São cantadas as bodinhas:
Pois se todos têm rabicho,
Para que tanto capricho?
Haja paz, haja alegria,
Folgue e brinque a bodaria;
Cesse pois a matinada,
Porque tudo é bodarrada!

(Luís Gama, Primeiras trovas burlescas de Getulino, 1859).


Nascimento de Lima Barreto

Imagem: internet.

Afonso Henriques de Lima Barreto, mais conhecido como Lima Barreto (Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 — Rio de Janeiro, 1 de novembro de 1922) foi um jornalista e escritor brasileiro, que publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX.

Era filho de João Henriques de Lima Barreto, filho de uma antiga escrava e de um madeireiro português, e de Amália Augusta, filha de escrava e agregada da família Pereira Carvalho.

Autor de uma vasta obra literária, Lima Barreto tem como seu livro mais conhecido Triste fim de Policarpo Quaresma, publicado em 1911.

Imagem: Divulgação.

Essa obra também foi adaptada para HQs e para o cinema:

 Imagem: Divulgação.
 Imagem: Divulgação.

Imagem: Divulgação.

Você conhecia esses autores da luta abolicionista?






Luna Clara e Apolo Onze - Adriana Falcão

Imagem: Divulgação.
Editora Salamandra.

Assim que lemos o título do romance Luna Clara e Apolo Onze, de Adriana Falcão, de imediato fazemos a ligação do nome Apolo Onze ao voo tripulado da NASA, Apollo 11, de 20 de Julho de 1969, que conseguiu pousar na Lua, sendo pilotado por Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.


Imagem: NASA Human Space Flight Galler
A tripulação da missão Apollo 11, da esquerda para a direita: Neil A. Armstrong, comandante; Michael Collins, piloto do módulo de comando; e Edwin E. Aldrin Jr., piloto do módulo lunar.


Mas o que talvez muitos de vocês que estão agora lendo esta postagem não saibam é que também existiu uma sonda, parte de um programa cujo objetivo era também pousar na superfície lunar, de nome Luna.

Modelo semelhante à Luna, sonda enviada à Lua..
Imagem: internet.


Luna 5, também conhecida como Luna E-6 No.10, foi a designação de uma sonda soviética do Programa Luna usando a plataforma E-6, com o objetivo de efetuar um pouso suave na Lua

Depois de um lançamento bem sucedido em 9 de Maio de 1965, ela falhou em acionar os retrofoguetes já em sua rota de aproximação para a Lua, e acabou colidindo com ela.

A Luna 5 foi lançada por um foguete Molniya-M (8K78M) as 07:49:37 UTC de 9 de Maio de 1965, a partir da plataforma 1/5 do Cosmódromo de Baikonur. Depois de um lançamento bem sucedido e de ter atingido uma órbita de espera de 167 por 182 km, o estágio superior do foguete, um Bloco-L, reiniciou e ela foi colocada em trajetória de injeção translunar.

Depois de cinco sessões de comunicação e uma correção de curso bem sucedidas, um problema no sistema de controle de atitude fez com que a espaçonave passasse a girar sobre o próprio eixo. O controle foi recuperado, mas outro problema na unidade de controle impediu o acionamento do retrofoguete. Em consequência disso, a Luna 5 continuou em sua trajetória e caiu na superfície lunar a cerca de 700 km do local previsto para o pouso as 19:10 UTC em 12 de Maio de 1965.

O Programa Luna (também conhecido como Lunik) foi a designação de uma série de missões espaciais não tripuladas enviadas à Lua pela União Soviética entre 1959 e 1976. Quinze naves foram bem sucedidas, cada uma projetada como um orbitador ou aterrissador, e realizaram muitas conquistas na exploração do espaço.

Texto base disponível em:  https://nssdc.gsfc.nasa.gov/nmc/spacecraft/display.action?id=1965-036A